sexta-feira, 31 de agosto de 2012
Ódio ao Facebook...
"Computador. Se você tem um, não curta nem compartilhe, apenas desligue-o e vá brincar lá fora!"
Cidadânhía
Coitado do Branco, o cara nunca vence! E olha que sempre voto nele! Dentre todos, é o único que não mente e sempre cumpre a promessa de fazer nada.
xD
I’m right! I’m always right…and you’re not! – said the
right hand.
Funny to notice, but the initials of my Profession spell E.T.!
Contra filosofia de Facebook
Os pensadores, filósofos, políticos e mestres
religiosos que vocês, pessoal, tanto citam, devem estar se revirando em
seus túmulos de raiva por terem suas obras e reflexões mais profundas
retiradas de seus contextos e anexadas a wallpapers e imagens de
photoshop, depois, jogadas aqui como se tivessem sido produzidas em meia
hora para serem consumidas em alguns segundos por gente que acha que
muda o mundo com fotos bonitas!
Desabafo de profissão
Para todos
meus alunos, ex-alunos, amigos e interessados, saibam disso: Inglês não é um
produto, é um saber, logo, NÃO DÁ PRA COMPRAR INGLÊS! Eu sei que os outdoors
anunciam dessa maneira - Inglês em DOIS ANOS, etc. - mas não funciona assim com
línguas; funciona assim com produtos eletrodomésticos, automóveis, mobília,
imóveis, MAS NÃO COM SABERES! Você pode entrar numa loja, dar o dinheiro e
pedir, "Cadê meu fogão?", "Cadê meu carro?" e sair da loja
com o fogão ou o carro, mas NÃO DÁ PRA entrar numa escola de idiomas e esperar
que a língua lhe seja entregue como um produto! Não dá, gente. Línguas são
saberes. Saberes não se compram, se aprendem e se desenvolvem; requerem esforço
PRA CARAMBA ...infelizmente, acostumados ao consumismo imediato, acabamos pensando
que a sabedoria e o conhecimento também são de rápida aquisição e descartável.
Tssc, tssc...NÃO! Vá estudar!
Pare de tentar comprar conhecimento, no máximo, compras o acesso ao
conhecimento. Aprendê-lo é tarefa sua, e árdua, aliás, mas, ao estudioso,
prazeroso.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Vida de alunossor
Observo a vida de duas perspectivas!
Estou numa posição privilegiada para escrever a
respeito da vida de professor. Dou e
tenho aulas! Tanto na faculdade quanto no ensino médio da faculdade onde estudo,
sofro e me divirto com todos os aspectos e da perspectiva de educador e
educando: de manhã convivo com professores e dou aula, e à noite convivo com
alunos e tenho aulas.
Na sala dos professores, reclamo de alunos que parecem
não aprender direito, e na sala de aula, reclamo de professores que parecem não
ensinar direito.
Também posso, no entanto, rir de algumas situações inesquecíveis
por que passei enquanto aluno assim como daqueles impagáveis momentos que tive
como professor. Tenho o melhor e o pior dos dois mundos! Entendo as frustrações
de ambos os professores e alunos e concordo com os dois.
Sei como alguns alunos se sentem às vezes pela
expressão que têm no rosto ao me verem entrar na sala e dizer “good morning,
guys!”, pois é a mesma expressão que tenho quando vejo alguns professores
entrarem na sala e dizer “boa noite!”.
Mas também me sinto especial quando vejo no sorriso de
alunos alegria em me ver e percebo neles o que eu sinto quando vejo alguns professores
meus.
Quão honrado me sinto quando um aluno, demonstrando
muito interesse, corre à mesa no final do aula para puxar um assunto qualquer a
fim de talvez puxar o saco ou conhecer melhor seu professor. Já como aluno, tenho
prazer, às vezes, de me erguer da cadeira ao término da aula, ir até a mesa do
professor e compartilhar algo que tenha a ver com o assunto estudado ou até
dar-lhe um elogio.
Ah, que poder sinto ao andar pelos corredores da
escola levando aquela lista de chamadas e notas e ser cumprimento com
entusiasmo por alunos! Por outro lado, no outro universo: Ah, que gosto tenho
de dizer, ‘opa, pssôr, belê?’ ao encontrar um andando por aí e que especial me
sinto quando ele me responde com um sorriso e manear de cabeça!
Às vezes chegam a mim rumores de que certos alunos
falam sobre o quanto gostam de mim! No outro universo, o de aluno, às vezes
fico a falar o quanto gosto de um professor e imito seus trejeitos e manias
para um grupo de amigos! Que posição privilegiada tenho, consigo analisar a
admiração que o aluno tem e que o professor sente!
Uma breve analogia: ter gatos é uma coisa linda: São
fofos, fazem suas peripécias, nos fazem rir, ronronam quando dormem conosco,
enfim, são tudo de bom...no entanto, fazem cocô, lambem o bumbum, perdem pelo,
trazem presas para debaixo da cama e às vezes vomitam coisas que nem um Picasso
poderia pintar igual! Assim é a vida de professor e de aluno. Boa, no entanto,
fede. Mas o lado bom compensa o fedor do lado ruim. Mas deixe-me falar um pouco
mais de como é ser alunossor:
Preparar aula é um saco e ponto. (esse argumento não é
discutível!). A gente fica até tarde preparando algo que achamos que vai rock
pra chegar à sala e ver um monte de alunos fazendo a cara que muitas vezes eu
faço à noite na faculdade: dá um gemido curto e agudo, franze a testa
contraindo as sobrancelhas, faz boca de choro, fecha os olhos e vira a cabeça
dizendo bem baixinho – Nããão! Sei como é desestimulante ver aluno fazer isso ao
entrar na sala, mas também sei o quão agonizante é ver o professor entrar!
Há alunos que simplesmente não vão com a sua cara. Não
gostam da matéria e associam a matéria ao professor, logo, para eles, a culpa é
do professor. Tenho alunos assim, que não gostam de mim. Percebo em olhares e
bufos. Pior tortura que há para professor: ter que dar aula para quem não quer
ter aula. Pois entendam, senhores habitantes do universo, que a satisfação do
professor DEPENDE INTEIRAMENTE do desempenho do aluno.
Vou me fazer mais claro...
Tenho uns amigos que lidam com computadores. Seu
trabalho é fazer sistemas funcionarem. Se não funcionam, o que fazem? O que
todos nós fazemos quando o Word dá seus piripaques, jogamos o mouse, esmurramos
o teclado, chutamos o estabilizador e esbofeteamos o monitor. Quem trabalha com
sistemas e o sistema não funciona, descarrega a raiva, reinicia o PC e começa
outra vez! Não posso fazer isso com alunos...queria, porém.
Digamos assim, se quem trabalha na informática trabalha
com sistemas e na contabilidade com números, com o que trabalharia o professor?
Ensino? Não. Aprendizado? Não. Intelecto? Não. Com vontade! O professor
trabalha com a vontade dos alunos! Temos que trabalhar com a vontade do aluno
de aprender, de falar, de interagir, de socializar, de se comportar, enfim.
Acho que os fazendeiros sim entendem pelo que passa um
professor! Fazendeiros, lembrem-se agora de como é difícil trabalhar com a vontade
dos animais: todo o cuidado é pouco ao chegar perto do cavalo, ele dá coices.
Muita sutileza é necessária para se aproximar de galinhas e pegá-las, elas
fogem rápido. Quanta paciência deve se ter com vacas e jegues quando, ao guiá-los,
empacam. Ora, alunos também dão coices, fogem da sala e empacam. E daí? Fazer o
quê daí? Daí é chorar! Se empacam e não querem se mover, não adianta empurrar.
Se dão coices, não adianta tentar conversar, leva-se mais coices ainda! Se
fogem quando se aproxima, é porque não gostam ou têm medo. Mas trabalhar com
vontade é assim mesmo, e os fazendeiros sabem disso!
Eis, então, o primeiro grande problema do professor:
trabalhamos com a vontade humana de querer progredir. Há! Vontade e progresso
são vocábulos que causaram muita desgraça no mundo já – imagine o que causa na
cabeça do professor!
Enquanto muitos dão risada e debocham dizendo que vida
de professor é mole, “tem altos feriados!”, “é só ficar falando!”,...coitados...mal
sabem eles que nesses feriados o que mais me passa pela cabeça é trabalho, e
quem dera pudesse só ficar falado!
Eis, então, o segundo grande problema do professor: nossa
satisfação professional está diretamente conectada ao bom desempenho do aluno,
mas o desempenho dele está ligada à sua vontade, logo, se nada quiser, nada
produz e quem se sente um inútil sou eu! Meu primo, por exemplo, verifica
sistemas de computador a fim de garantir e usabilidade dos mesmos. Sua
satisfação profissional e elogios de outros estão atrelados ao bom
funcionamento desses sistemas. Se funciona, está feliz. Se não, põe-se a
rastrear o problema e o manda de volta para ser concertado. Mas o computador
não retruca, xinga, enfrenta e te denuncia. Quando o desliga, acabou a discussão
e o analista de teste ganhou a briga com o sistema. O professor não! Se eu não
VIR meus alunos progredindo, aprendendo e se interessando, sinto-me um
fracassado! Dependo da boa vontade de adolescentes para me sentir gratificado!
Ó céus! Antes pudesse desligar alguns alunos, reiniciá-los ou mandá-los de
volta para serem concertados. Mas não posso.
Se quero recompensa pelo meu esforço, devo tirá-la das
cabeças dos meus pequenos desmiolados! Já como aluno, se quero recompensa, devo
valorizar meu professor e fazer a vida dele mais fácil!
Por ser alunossor e ter o melhor e o pior dos dois
mundos, tenho feedback constante dos dois universos e com tais trabalho para um
melhor desempenho como professor e produtividade como aluno e...argh, quem estou
tentando enganar? Estou cansado...ser professor é bom, mas é difícil. Ser aluno
é um privilégio, mas é um saco.
Então façam isso por mim, alunos: Interessem-se! Se
não, pelo menos finjam e façam um professor feliz! Nossa vida não é fácil! Seus
pais lidam com a rebeldia de vocês em casa, mas na escola, nós lidamos com a
rebeldia de 30 de vocês por sala! De um lado a escola pega no pé, do outro seus
pais, e do outro vocês. Temos que agradar três grupos de pessoas...afff.
Como aluno, digo: Professores, ajudem seus alunos, ensinem
cosias relevantes e, mais do que ensinar, sejam amigos! Entendam nossas
dificuldades, isto é, Keep Calm and não deem tarefa!
Pra finalizar: Ser aluno e ser professor é o mesmo que
tentar ser o baterista e o vocalista da banda: até dá, mas vai ver se o cara
não sua!
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